Ciências em dia
Você verá tudo sobre as cobras e crocodilianos
As cobras constituem o Grupo dos ofídios, ou serpentes. No Brasil, encontramos quatro famílias de cobras:
BOÍDEOS
Serpentes grandes, não venenosas, muito fortes, que matam por constrição, enrolando-se em suas vítimas e apertando-as até que elas sufoquem.
CROTALÍDEOS, OU VIPERÍDEOS.
São cobras peçonhentas (venenosas), que injetam seu veneno através de dentes ocos situados na parte anterior da cabeça.
ELAPÍDEOS
Serpentes peçonhentas, que injetam o veneno através de dentes sulcados, na região anterior da boca.
COLUBRÍDEOS
Apresenta diversas espécies de cobras não venenosas, algumas bastante úteis ao homem. Dentro da zoologia SERPENTES ou OPHIDAE é a terminologia dada a Ordem à qual as serpentes pertencem. Cobra é o termo dado por alguns países de língua inglesa a um tipo de serpente que não ocorre no Brasil, a Naja. Nos países de língua espanhola 'culebra', (cobra) refere-se à serpente não peçonhenta e 'serpiente', à serpente peçonhenta. Na Europa denomina-se 'víboras', as serpentes peçonhentas. Mas qualquer que seja a designação popular, estes animais, dentro da ciência, pertencem à Classe dos RÉPTEIS. Originário do latim, Reptum significa rastejar, uma alusão ao tipo de locomoção característico dessa classe de animais. Mas o que agrupa um conjunto de indivíduos dentro dessa Classe Reptilia não é o fato de como se locomovem e sim por possuírem basicamente: Esqueleto completamente ossificado e com vértebras características (Vertebrados); Corpo revestido por escamas ou placas; Quatro, dois ou ausência de membros locomotores; Coração perfeitamente dividido em 4 câmaras porém os ventrículos são parcialmente unidos (à exceção dos crocodilianos...); Respiração sempre pulmonar; Temperatura do corpo variável com a do meio - ambiente (ectotermia ou pecilotermia) e Fecundação interna, geralmente com órgãos copuladores abrigados na cauda do macho. Além do grupo das serpentes (Ordem Squamata/subordem Serpentes), outros répteis mais conhecidos são os lagartos (Ordem Squamata/SubOrdem Lacertilia), os cágados, jabutis e tartarugas (Ordem Chelonia) e os jacarés, crocodilos e aligátores (Ordem Crocodilia). Cada Ordem possui suas particularidades e a Subordem Serpentes é caracterizada pela ausência de membros locomotores ou vestígios de cintura pélvica (em Boídeos) ausência de ouvido externo, médio e tímpano ausência do osso esterno ausência de diafragma a pálpebra é fixa, semelhante a uma lente de contato mandíbulas inferiores não soldadas, unidas por um ligamento frouxo normalmente apenas um pulmão, dois apenas nas famílias primitivas
TROCA DE PELE
As serpentes possuem o corpo revestido por escamas queratinizadas. A queratina é uma substância presente em outros animais em diferentes formas. As escamas dos peixes, as penas das aves, os pelos, unhas e cabelos dos mamíferos são constituídos por queratina à qual possui, entre outras funções, evitar a perda d'água pela transpiração e diminuir o desgaste causado pelo atrito do solo com o corpo (no caso dos Répteis). Essa camada de queratina que recobre toda a pele reveste até o olho, de maneira que não há pálpebra móvel, ou seja, elas não piscam, pois a pálpebra fica aderida ao olho como uma lente de contato, dando proteção e evitando o dessecamento.
A camada externa das escamas, devido a queratina, é rígida. Quando o animal cresce necessita trocá-la, pois o aumento das dimensões do corpo não é acompanhado por essa fina película. Dessa forma, por debaixo da pele antiga, uma nova camada e ligeiramente maior forma-se. Quando a nova estiver pronta, um líquido se forma entre as duas para facilitar remoção da antiga. Este processo chama-se de muda e a pele velha começa a se desprender no focinho e, conforme o animal se locomove pelo chão, saindo invertida como se estivéssemos retirando uma 'meia' apertada de nosso pé.
A visão das serpentes
A visão não constitui um órgão de orientação com muita precisão. As serpentes de hábitos noturnos enxergam pouco, afinal, no escuro os olhos não teriam muita eficiência. Aqueles com atividade diurna possuem uma visão mais apurada, porém, sem grandes detalhes. Podemos dizer, salvo raríssimas exceções, que sua visão é míope. Essa deficiência, em obter uma imagem focada é causada pelo cristalino, uma espécie de lente gelatinosa presente nos olhos de todos os vertebrados. Nos mamíferos, por exemplo, essa lente é alongada e flexível, focando a imagem com auxílio de músculos especiais. No caso das serpentes, o cristalino é esférico e rígido sendo, simplesmente, deslocado para frente e para trás, não havendo acomodação dessa 'lente' para definir com precisão o contorno das imagens.
A audição das serpentes
Se a visão não é boa, a audição pouco ajuda. As serpentes não possuem ouvido externo, médio e nem tímpano. São praticamente surdas. Não são capazes de ouvir sons mas sim vibrações físicas (mecânicas) fortes, como passos, queda de objetos, etc..., que chegam ao cérebro do animal por um 'longo caminho'. A mandíbula da serpente está constantemente em contato com o solo ou sobre seu próprio corpo. Para a serpente captar um 'som', a vibração precisa atingir a mandíbula para que esta vibre e estimule um pequeno osso (chamado columela) que une a base da mandíbula à caixa craniana. Se a columela vibrar, a serpente percebe o som sem, contudo, precisar corretamente a direção. Parece ser surpreendente como estes animais, não possuindo patas, tendo visão deficiente e aparentemente surda consigam orientar-se na escuridão e capturarem seu alimento, como um morcego em pleno vôo, com exímia precisão.
O olfato das serpentes
O principal órgão de orientação, capaz de suprir as deficiências visuais e auditivas é o olfato. As serpentes não sentem o cheiro propriamente pela narina. Todo o sistema de captação de partículas dispersas no ar, que constituem o odor, é realizado pela língua. Quando em movimento, as serpentes agitam constantemente a sua língua bífida (com duas pontas). Cada vez que a língua é projetada para fora da boca, uma secreção grudenta faz com que as partículas dispersas no ar fiquem aderidas às duas pontas, razão pela qual ela vibra rapidamente para que a maior quantidade possível de elementos fiquem aderidos às extremidades. Quando a língua é retraída, antes de ser limpa e banhada novamente com a secreção, cada ponta, com a secreção contendo as partículas coletadas no ar, é introduzida em um orifício localizado no 'céu da boca' onde as partículas são depositadas e analisadas. A ponta que estava mais próxima da fonte de odor terá mais partículas e isto é o suficiente para fornecer com precisão a direção. Para cada ponta existe um orifício correspondente.
A análise rápida desses odores permite, mesmo em completa escuridão, reconhecer o ambiente, procurar alimento e se proteger de agressores.
Um sensor infravermelho
Para serpentes de hábitos diurnos a pouca visão e o olfato eficiente são totalmente satisfatórios para a atividade de caça. Mas as serpentes noturnas não contam com a visão pois a ausência de luminosidade a torna ineficiente. Assim sendo, mesmo com um olfato apurado, reconhecer o ambiente e perceber a presença de alimento é apenas parte do problema. É preciso saber em que direção e distância exata a presa se encontra e ainda como apanhá-la, se estiver se movimentando. Algumas dessas serpentes de hábitos noturnos desenvolveram um mecanismo de localização de alimento extremamente eficiente e preciso. As serpentes são carnívoras e caçadoras por natureza. Só comem proteína animal e recém-capturado. Todos os animais de 'sangue quente' (aves e mamíferos), corretamente denominados de homeotérmicos, emitem raios de calor do tipo infravermelho, formando uma espécie de 'áurea' invisível... As serpentes noturnas, que se alimentam de animais homeotérmicos, possuem, de cada lado da cabeça, um orifício entre o olho e a narina, chamado de Fosseta Loreal. Estas aberturas, direcionadas para o focinho do animal, possuem uma membrana ricamente enervada com terminações nervosas capazes de perceber variações de calor de até 0,5 graus Celsius num raio de 5 metros de distância. As emissões de calor, emanadas pelo animal homeotérmico, atingem a membrana e, por meio das enervações ligadas ao cérebro, criam uma 'imagem térmica' altamente precisa, fornecendo o tamanho do animal (através das concentrações dos raios infravermelhos), à distância (através da variação de temperatura) e os movimentos (pelo deslocamento da 'imagem térmica').
Peçonhenta ou venenosa?
Toda a substância capaz de causar dano ou matar um organismo é chamada de toxina ou veneno. Os seres vivos que secretam substâncias tóxicas são denominados de venenosos. Os venenos são secretados por glândulas especiais que podem estar associadas a estruturas específicas para inoculá-lo. Os animais que produzem veneno e possuem um aparato especializado para injetá-lo são conhecidos como Peçonhentos. Os sapos, por exemplo, possuem glândulas (parótidas) de veneno localizadas na superfície externa da pele, próximo à cabeça. Essas glândulas não possuem a capacidade de expelir o veneno a menos que seja pressionada por agentes alheios a vontade do sapo. Dessa forma ele é um animal venenoso, porém Não-Peçonhento, pois, por si só, não é capaz de envenenar outro animal. Todas as serpentes são venenosas, mas poucas são peçonhentas. Nas serpentes o veneno é uma solução enzimática com finalidades, principalmente, digestivas. Nas peçonhentas a capacidade digestiva está associada à ações tóxicas que neutralizam e matam os animais, que fazem parte de sua dieta, durante a captura. Assim podemos perceber que as serpentes peçonhentas possuem veneno muito mais potente e perigoso para o Homem do que as não peçonhentas. O veneno é produzido em glândulas especiais que nada mais são do que glândulas salivares modificadas, cuja 'saliva' é a toxina. Essas glândulas raramente ficam vazias, pois são capacitadas a ter uma 'reserva' para vários botes seguidos. O veneno é constantemente secretado sendo que, uma vez totalmente extraído, em cerca de duas semanas a glândula estará novamente cheia. O aparelho utilizado, pelas serpentes peçonhentas, para injetar seu veneno são dentes diferenciados, conhecidos como presas de veneno. A grande maioria das serpentes apresentam na parte superior da boca duas fileiras de dentes e outras duas na região inferior (maxilares inferiores). Estes dentes são maciços, não sendo ligada a nenhuma glândula.
Meninos, não tentem fazer isso em casa! ( foto Marcos Buononato - Bioterium)
Existem, em menos de 10 % das espécies brasileiras, algumas espécies que apresentam dentes diferenciados dos demais, ocos e com uma abertura diagonal na extremidade, como uma agulha hipodérmica. Estes dentes (presas) são ligados diretamente às glândulas de veneno e a parte oca, com uma estrutura perfurante na ponta, constitui o mecanismo de inoculação deste veneno em outro animal. A abertura diagonal, em fenda, impede o entupimento durante a perfuração, garantindo a inoculação do veneno no momento do bote, mesmo que este, por exemplo, atinja um osso. A diferenciação precisa e correta entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas é realizada pela presença ou não destas presas e veneno. Durante os séculos de colonização vários 'métodos' de identificação entre serpentes 'venenosas e não venenosas' (o termo correto é peçonhenta e não peçonhenta) foram introduzidos e disseminados no Brasil, trazidos pelos europeus. Estes parâmetros de identificação de serpentes, como pupila vertical, cabeça triangular e cauda grossa, são erroneamente ainda divulgados (quase 500 anos após o descobrimento...), pois se tratam de características de serpentes europeias e africanas. Na natureza não existem regras exatas. No Brasil (e América do Sul) a identificação prática, indicada para a diferenciação entre serpentes peçonhentas e não peçonhentas é através da Fosseta Loreal.
Localizaçào da fosseta loreal ( foto Marcos Buononato - Bioterium)
"TODA SERPENTE QUE POSSUIR FOSSETA LOREAL É PEÇONHENTA." ( AS COBRAS CORAIS REPRESENTAM A ÚNICA EXCEÇÃO. )
Crocodilianos
Os crocodilianos são os mais evoluídos dos répteis atuais. Incluem entre os crocodilianos, além dos crocodilos, também os oligatores, os jacarés e os gaviais.
Anatomia dos répteis
Sua anatomia interna é semelhante a das aves. São animais vertebrados e rastejantes (réptil vem do latim reptare = rastejar). Os crocodilos possuem 4 dedos nas patas traseiras. Engolem tudo por inteiro e fazem digestão com sucos gástricos. O tubo digestivo termina no cloaca, saída única para a qual confluem os condutos do aparelho excretor e reprodutor. Possuem dois pulmões, que são bolsas com paredes internas pregueadas e irrigadas por numerosos vasos sangüíneos. Estranha é a respiração: poucos movimentos na caixa torácica.
Têm quatro cavidades no coração, e os sentidos são bem desenvolvidos. Por não serem seus aparelhos respiratórios e circulatórios tão evoluídos como os das aves e mamíferos, os répteis nunca têm oxigênio suficiente para atender à demanda dos tecidos de seu corpo. Logo, a temperatura deles - variável - depende do ambiente. Seu sistema nervoso não consegue regular o calor do corpo em certo nível, por isso são chamados animais de "sangue frio".
Em matéria de inteligência, os répteis ocupam o 3.º lugar na escala animal, depois dos mamíferos e aves. O padrão do cérebro é semelhante ao dos peixes e anfíbios.
Os crocodilos distinguem-se em 13 espécies de Crocodylus. No Brasil, ocorrem várias espécies conhecidas pela designação comum do jacaré.
Diferenças entre crocodilo e jacaré
Para estabelecer a diferença entre um verdadeiro crocodilo e os diversos tipos de jacarés, é preciso olhar de perto, de modo que muita gente prefere ficar sem saber. Na verdade, a não ser pelo tamanho, a diferença não é muita. Possuem 30 ou 40 dentes, e no crocodilo, o quarto dente de cada lado da mandíbula inferior se encaixa num chanfro da mandíbula superior, permanecendo visível mesmo de boca fechada. Já no jacaré, o mesmo dente se esconde num buraco da mandíbula superior, sumindo de vista ao fechar a boca.
Filhotes de Crocodilos
É na areia que as fêmeas na maioria das espécies põem seus ovos, que são mais ou menos do tamanho de ovos de gansa e são chocados pelo calor do sol. Depois de 7 a 8 semanas, nascem os filhotes com 20 a 25 cm, que passam a se desenvolver rapidamente. Tempos depois, o crescimento passa num ritmo mais lento. O filhote recém-nascido, está perfeitamente formado na hora de sair da casca.
Proteções naturais
O crocodilo e o jacaré têm revestimento de placas córneas muito duras, ao longo do dorso e da cauda, formando um serrilhado. Não mudam de pele, mas as partes velhas e gastas são substituídas por outras. Além de sua blindagem natural, o crocodilo conta ainda com a sua cauda para se defender e atacar, quando preciso. Achatada em ambos os lados, como um remo, e muito musculosa, permite-lhe não só deslocar-se rapidamente na água, como também dar violentas rabanadas.
Suas placas ósseas, chamadas osteodermos, formam uma espécie de armadura que os protege com eficiência.
Vida de crocodilo
São predadores e têm poucos inimigos naturais, alimentam-se de presas animais vivas ou mortas. O crocodilo só ataca figuras humanas quando provocado ou quando sua fome ultrapassa todos os limites. Enterram-se no barro para hibernar ou estivar. São ovíparos e chegam à maturidade sexual por volta dos dez anos de idade.
Os crocodilídeos são dos poucos que ainda hoje conservam a maior parte dos traços físicos de seus antepassados. O Protosuchus, crocodilo pré-histórico de 200 milhões de anos atrás, era tão grande, que não hesitava em atacar e devorar até os imensos dinossauros. Mas seus descendentes têm dimensões bem mais modestas. O maior exemplar já encontrado media cerca de 10 metros de comprimento e seu corpo tinha quase 4 metros de circunferência. Era um crocodilo do tipo estuarino. Sua carcaça foi encontrada em Bengala, na Índia.
Essa é a espécie de crocodilos que atinge maior tamanho. Ao chegar à idade adulta, um estuarino de boa saúde tem aproximadamente 3 metros de comprimento. Ele não pára de crescer: quanto mais velho, mais cumprido fica. O mesmo acontece com o crocodilo do Nilo, que também se torna bem grandinho com o passar do tempo.
No Novo Mundo esses répteis não crescem tanto e, talvez seja por isso, que ninguém os chama de crocodilos. Nos EUA, dão-lhes o nome de Alligators. Na América Central e do Sul, são conhecidos por Caimans. No Brasil, o nome jacaré designa várias espécies:
- Jacaré-Açu - É o maior de todos e vive na Amazônia;
- Jacaretinga ou Jacaré-de-Óculos - Cujos olhos são rodeados por listras;
- Jacaré-de-Papo-Amarelo - Encontrado com freqüência na região que vai do rio São Francisco até o sul do país.
Todos esses jacarés americanos são muito parecidos entre si, sendo que o maior deles é o Caimans palpebrosus, que vive na América do Sul e nunca atinge além de 1,30 metro de comprimento.
Crocodilo e sua vida nas águas
O crocodilo passa grande parte da vida submerso. Consegue isso graças ao formato de sua cabeça e à disposição de suas narinas, que ficam numa pequena saliência, no topo do focinho. Seus olhos também se destacam sobre a cabeça, o que lhe permite disfarçar-se em árvore flutuante e continuar de sentinela, quando está caçando. Durante um mergulho, os olhos do crocodilo são protegidos por uma membrana transparente, uma espécie de terceira pálpebra.
Embora suas patas curtas lhe permitam mover-se com muita agilidade e rapidez em terra, o crocodilo nunca se afasta muito da água, pois possui patas fracas para ficar muito tempo fora da água.
O crocodilo costuma ficar estendido na areia das margens dos rios, tomando sol.
Caça
O crocodilo vive até os 80 anos, mas infelizmente não consegue a paz para desfrutar da vida longa, via de regra, os caçadores levam a melhor e mesmo espécies mais valentes acabam seus dias em vitrines, sob a forma de bolsas, calçados, cintos e carteiras.
Em certas regiões, os nativos nem precisam de armas. Entram na água com um pequeno pedaço de pau com as pontas aguçadas e, na hora em que o réptil chega perto e abre a boca, encaixam o bastão entre suas mandíbulas. Assim, quando o crocodilo tenta fechar a boca, a estaca se crava profundamente. O bicho se debate desesperadamente, mas seus movimentos frenéticos para desvencilhar-se da armadilha são inúteis. Pouco a pouco, vai perdendo sangue e forças, e se torna presa fácil.
Durante o dia, dificilmente se apanha um crocodilo - que é bicho arisco e malicioso. À noite, porém, ele se torna confiado; e o caçador, munido de uma lanterna, pode iluminá-lo: seus olhos têm a propriedade de refletir a luz. Tornam-se dois olhos-de-gato que servem de guia para que o caçador coloque bem o tiro, que deve acertar entre os olhos, para matar depressa e não estragar a pele, cujo valor é grande. O estranho é que os crocodilos não parecem associar o facho luminoso ao perigo: continuam boiando calmamente, por vezes, rumo à própria destruição.
Simbiose (vida em comum)
Se a boca de um crocodilo não é, certamente, um lugar acolhedor, uma pequena ave nas margens dos rios africanos dispensa qualquer problema. É a ave "Curado" (Pluviailis aegyptus), que penetra tranqüilamente na boca do animal, sem que este lhe cause qualquer dano. Esta ave vai prestar serviços ao crocodilo: elimina os restos de alimentos que se acumulam nos dentes, obtendo assim alimentação para si, farta e fácil. Em contrapartida, o crocodilo se vê livre, com grande alívio, dos sanguessugas e outros parasitas que lhe infestam a gengiva.
Classificação científica
Os crocodilos pertencem aos gêneros Crocodilus, Osteolaemus e Tomistoma, incluídos na família dos Crocodilídeos (Crocodilidae), ordem dos Crocodilianos (Crocodilia).